terça-feira, 7 de abril de 2009

Jovem brasileiro é o terceiro mais empreendedor do mundo


Do total de empreendedores brasileiros, 25% são jovens; percentual coloca o País em terceiro lugar no ranking mundial, atrás apenas do Irã (29%) e da Jamaica (28%)

Fonte: Agência Sebrae


Brasília - Os jovens brasileiros estão empreendendo mais. É o que revela a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2008. Do total de jovens entre 18 e 24 anos no Brasil, 15% empreendem, o equivalente a 3,82 milhões de pessoas. Para se ter uma idéia do crescimento, a taxa média de empreendedorismo jovem entre 2001 e 2008 ficou em 11,9%. Do total de empreendedores brasileiros, 25% são jovens, o que coloca o País em terceiro lugar no ranking mundial, atrás apenas do Irã (29%) e da Jamaica (28%).

Outro dado muito importante é que 68% dos jovens empreendem por oportunidade e 32% por necessidade, o que aponta uma qualificação maior dos mais novos ao entrar no mercado para abrir uma empresa.

Na interpretação de Enio Pinto, gerente de nacional de Atendimento Individual do Sebrae, o alto índice de jovens empreendendo por oportunidade aponta que esses candidatos a empresários ascenderam a um patamar qualitativo. “Os jovens estão identificando melhor nichos de atuação e refletindo mais sobre como empreender”, diz o gerente.

Enio assinala a sintonia do Sebrae na criação de produtos para o público jovem, como o jogo virtual Desafio Sebrae, que incentiva o empreendedorismo entre universitários por meio da gestão de uma empresa virtual; o Prêmio Técnico Empreendedor, que contempla iniciativas de empreendedorismo em instituições de ensino técnico e tecnológico; e o Junior Achievement, que leva o conhecimento sobre empreendedorismo para grades curriculares das escolas de ensino médio e fundamental.

Para Simara Greco, do Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade, responsável técnica pelo estudo, a alta taxa de jovens empreendedores aponta a importância de ações específicas para o grupo. “Há um espaço aberto para o desenvolvimento de políticas públicas, pois os jovens que empreendem estão entrando com muita força no mercado”.

De acordo com a GEM 2008, em países que apresentam baixo nível de distribuição de renda, o jovem é obrigado a entrar cedo no mercado de trabalho para aumentar a renda familiar. Nesses lugares, há predominância do jovem empreendedor por necessidade, em atividades de baixa produtividade. Por falta de emprego formal, esse jovem busca no empreendedorismo uma opção de trabalho e renda.

Perfil

A GEM 2008 mostra que o jovem empreendedor por necessidade tem renda concentrada na faixa de um a três salários mínimos e nível de escolaridade de cinco a 11 anos. Eles desempenham principalmente serviços orientados ao consumidor (70%), em segmentos como comércio e alimentação, seguidos do setor de transformação (30%), em trabalhos como pequenas atividades de manufatura e industriais.

Enquanto isso, o jovem empreendedor por oportunidade diferencia-se por dispor de uma renda maior (36% até três salários mínimos; 34% de três a seis salários) e uma escolaridade maior, sendo que 25% estão cursando ou já terminaram o nível superior. Em geral, iniciam seus negócios com atividades mais especializadas, por conta de um nível maior de qualificação e renda.

Os jovens empreendedores por oportunidade participam com mais intensidade de serviços orientados à empresa (19%), uma vez que esse tipo de trabalho exige maior nível de qualificação e formação. “O jovem universitário, por exemplo, frente à escassez do trabalho formal, abre seu negócio em serviços especializados, tais como contabilidade, apoio jurídico, suporte de informática e outros”, exemplifica Simara Greco, responsável técnica pela pesquisa GEM.

Mais velhos

Em contrapartida à significativa presença de empreendedores jovens na economia, o Brasil possui um dos menores índices de participação do adulto de meia idade (55-64 anos) no empreendedorismo (3%). Coloca-se na 40ª posição entre os 43 países analisados na GEM. Essa faixa etária também apresenta reduzida participação em países como os da América Latina e BRIS (Brasil, Rússia, Índia e África do Sul).

Conforme o estudo realizado pelo IBQP, esse é um segmento que não se lança no empreendedorismo de risco, por conta de fatores como o baixo nível de renda, a baixa escolaridade, a qualidade de vida precária e a aposentadoria ou poupança acumulada comprometida com o orçamento familiar e a manutenção de filhos e netos. A tendência de universalização da Previdência Social é outro fator que desestimula o empreendedorismo nesta faixa etária, pois garante a sobrevivência do grupo.

A taxa de empreendedorismo na faixa etária de 55 a 64 anos em 2008 é de 3%, inferior à média do período entre 2001e 2008 que foi de 5,5%. O adulto de meia idade, que em 2001 compunha 10,5% dos empreendedores brasileiros, hoje representa somente 3,4%.

Metodologia

A pesquisa GEM é executada há nove anos no País pelo IBQP com patrocínio do Sebrae e do Sesi-Senai, apoio técnico da Universidade Positivo, apoio institucional da PUC do Paraná e coordenação internacional da London Business School, do Babson College e da Gera (pessoa jurídica responsável pela pesquisa GEM).

A GEM mede as taxas de empreendedorismo mundiais, reunindo dados estatísticos de 43 países. O estudo é referência internacional. Seus conteúdos contribuem para o desenvolvimento de ações em benefício dos empreendedores no mundo inteiro.

Para avaliar o nível da atividade empreendedora de cada país, entrevistam-se membros da população adulta (18 a 64 anos de idade), selecionados por meio de amostra probabilística de cada país participante. Os empreendedores identificados são classificados conforme seu estágio empresarial, sua motivação para empreender e suas características demográficas. Em 2008, foram entrevistadas duas mil pessoas no Brasil e 124.721 pessoas no mundo.

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