sexta-feira, 8 de maio de 2009

Crise aumenta demanda do Dekassegui Empreendedor

Fonte: Agência Sebrae

Em todos os estados que desenvolvem o programa, o Sebrae registrou aumento na demanda; em geral dekasseguis vêm em busca de orientação para criar um negócio

Desde o dia 1º de maio, dois painéis luminosos colocados na área de desembarque do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, próximos à saída da imigração, exibem a seguinte mensagem: ‘Vai abrir o seu próprio negócio? Conte com o apoio do Sebrae’. Junto ao texto aparecem o telefone da central de relacionamento da Instituição (0800-570-0800) e seu endereço na internet (www.sebrae.com.br).

O objetivo da mensagem é mostrar a brasileiros de qualquer procedência, e particularmente aos provenientes do Japão, que pretendam se fixar novamente em seu país de origem que o Sebrae dispõe do conhecimento para os que pensam em empreender.

Ao atingir o Japão, um dos reflexos da crise internacional percebidos no Brasil foi o aumento da demanda nos atendimentos do Programa Dekassegui Empreendedor, desenvolvido pelo Sebrae, BID/Fomin e Associação Brasileira de Dekasseguis (ABD). O programa foi criado para apoiar os jovens brasileiros que viajam ao Japão para trabalhar e, quando regressam, decidem montar sua empresa. O programa existe no Pará, Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo.

Nos dias 15, 16 e 17 de abril, o Sebrae participará da feira ExpoBusiness, na cidade de Nagoya. O evento deve receber um público de cerca de 15 mil visitantes. O Sebrae promoverá duas palestras com o tema ‘Como Planejar sua Empresa no Brasil’ e realizará atendimentos. “Vamos reforçar a nossa posição de suporte ao dekassegui para que ele monte a sua empresa de forma estruturada e com o planejamento necessário”, explica Silmar Rodrigues, coordenador nacional do programa.

Em São Paulo, estado com maior comunidade nipo-brasileira, o Sebrae/SP estima para este ano um aumento entre 30% a 40% no atendimento por conta da recessão japonesa. Curiosamente, os com menos tempo de Japão são os que efetivamente pensam em abrir sua empresa no Brasil. “Trata-se daqueles que viajaram para ficar poucos anos com o objetivo de economizar para montar um negócio”, conta Milton Fumio, coordenador do Dekassegui Empreendedor em São Paulo.

Milton diz que as pessoas com mais tempo (acima de sete anos no Japão) em geral formam o grupo dos que já pretendem se estabelecer no país oriental. Normalmente voltam ao Brasil porque ficaram com poucos recursos no Japão. “Eles querem um emprego para se manter no Brasil até que a situação lá fora melhore e eles possam ir embora outra vez”, diz Fumio.

Quando um dekassegui vai ao Sebrae/SP para procurar emprego, é encaminhado para entidades parceiras do programa, que pertencem à comunidade nipo-brasileira. Algumas possuem um banco com dados de candidatos a emprego e de empresas que oferecem vagas. Além de atuarem pela empregabilidade, essas organizações promovem capacitações e dão dicas para entrevistas de trabalho.

Nascer Bem

No Mato Grosso do Sul, como em São Paulo, há os que buscam o apoio do Sebrae para abrir uma empresa e aqueles que procuram oportunidade de trabalho. O Dekassegui Empreendedor no Estado registrou este ano crescimento de 60% nos atendimentos face ao cenário de crise econômica internacional.

Jorge Tadeu Veneza, coordenador do Dekassegui pelo Sebrae/MS, diz que em geral os dekasseguis chegam sem perspectivas. O primeiro passo para ajudá-los, conforme Veneza, é recomendar que eles busquem planejar o futuro negócio. “Para isso dispomos do programa ‘Nascer Bem’, para que as empresas surjam estruturadas”, explica.

Jorge informa uma série de ações desenvolvidas junto aos dekasseguis na área comportamental, o que inclui trabalhar a auto-estima desse público, muitas vezes afetada. Outra ferramenta são encontros empresariais, onde os dekasseguis assistem a palestras, fortalecem contatos e presenciam exposições de casos de sucesso nipo-brasileiros. “Esses casos mostram que é possível empreender”, ressalta Jorge Tadeu.

Quando o dekassegui procura o Sebrae/MS em busca de trabalho é encaminhado para órgãos da prefeitura de Campo Grande e do governo estadual especializados nesse tipo de atendimento.

Onde atuar

Daniel Berg, coordenador do Dekassegui Empreendedor no Pará, registra um aumento de cerca de 25% nos atendimentos por conta da crise no Japão. Lá, a maioria dos que procuram o Sebrae/PA pretendem montar um negócio. O problema, segundo Berg, é que grande parte dessas pessoas não sabe exatamente em que área atuar. “A pergunta básica que nos fazem é ‘o que vou fazer?”, relata Daniel.

O coordenador conta que os dekasseguis com este perfil viajaram para o Japão sem um plano de negócios e decidiram voltar ao Brasil para empreender por causa da crise. Berg diz que primeiro acontece todo um trabalho de sensibilização junto a essas pessoas, para que elas tenham noção do que significa virar empresário e digam com que negócio sentem afinidade. “Montar uma empresa exige uma cota de sacrifício físico, psicológico e financeiro. O dekassegui precisa saber disso antes de empreender, pois corre o risco de perder todas as suas economias”, afirma Berg.

Oportunidade

No Paraná, o Programa Dekassegui Empreendedor registrou crescimento na demanda em torno de 30% este ano, formada essencialmente de empreendedores. “Boa parte dessas pessoas viajaram para o Japão já com a idéia de regressar e se tornar empresários. A crise econômica antecipou a volta”, constata Marcos Aurélio Gonçalves, analista do Sebrae/PR.

Marcos Aurélio irá ministrar as palestras em Nagoya para o público dekassegui na ExpoBusiness. A crise econômica, obviamente, não deve ficar de fora da pauta. “Eles precisam estar atentos ao fato de que crises também geram oportunidades e que podem, neste momento difícil, ter uma boa idéia e voltar ao Brasil para criar um negócio”, afirma.

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